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A soma de cotistas de fundos de investimentos totaliza 23.763.815 pessoas, lembrando que o mesmo cotista pode estar em vários fundos, e os investimentos em fundos estão atualmente na casa R$ 6 bilhões.
Para Filipe Ferreira, diretor da Comdinheiro e responsável pelo levantamento, no curto prazo, a queda da Selic não deve ter tanto impacto nestes investimentos.
“Não é a redução de 13,75% para 13,25% que vai impactar, mas os fundos sofreram muito saque com período de Selic mais alta e, conforme a Selic for para patamares mais baixos, as pessoas tendem a buscar alternativas de investimentos mais criativas, saber mais sobre investimentos, e essa balança acaba mudando”, afirma.
Wendell Finotti, CEO e fundador da plataforma Meu Dividendo, comenta que de 2020 até o primeiro trimestre de 2023 houve um aumento de 64% no número de investidores em renda fixa, passando de 8,7 milhões para 14,3 milhões de CPFs investindo neste tipo de aplicação.
No entanto, o volume de investimentos neste mesmo período dobrou. Passou de R$ 843,5 bilhões para R$ 1.689 trilhão no mesmo período.
“Quando comparamos com os investimentos em renda variável, podemos perceber que muitos novos investidores estão descobrindo o mercado de ações. Em 2020 o número de investidores era de 2,7 milhões, quase dobrando no primeiro trimestre de 2023 alcançando o número de 5,3 milhões de CPFs com algum investimento em renda variável. Um crescimento de 96%”, comenta Finotti.
Ele lembra ainda que, apesar de o número de investidores ter quase dobrado, boa parte do investimento em renda variável migrou para a renda fixa.
“Em 2020 a B3 registrava R$ 457 bilhões em investimentos em ações, chegando ao recorde de R$ 500 bilhões em 2021, quando este tipo de investimento começou a ver a migração de recursos para a renda fixa. No final do primeiro trimestre de 2023, o total investido pelos investidores em renda variável foi de R$ 439 bilhões, 12% a menos do que seu recorde alcançado em 2021”, destaca.
Para Finotti, isso mostra que o investidor mantém um pé na renda variável enquanto surfa na oportunidade das altas taxas de juros da renda fixa.
“Prova disso é que, apesar do aumento do número de investidores em renda fixa e variável, houve crescimento na proporção daqueles que investem em Renda Fixa + Renda variável, passando de 8% em 2021 para 9% em 2023”, finaliza.