Empresas listadas na B3 pagam recorde de R$ 77 bi em dividendos no 1º trimestre

Empresas listadas na B3 pagam recorde de R$ 77 bi em dividendos no 1º trimestre

Estudo mostra que oito empresas foram responsáveis por 84% dos proventos distribuídos no período

Esse conteúdo é de propriedade intelectual do Valor Econômico

As empresas listadas na B3 distribuíram R$ 76,68 bilhões em proventos no primeiro trimestre de 2024, um recorde histórico, segundo levantamento da plataforma Meu Dividendo. O levantamento leva em conta o que foi pago pelas empresas nos três primeiros meses do ano, independente de quando o provento foi anunciado.

A Petrobras manteve-se na liderança e pagou R$ 17,89 bilhões em proventos no período. Com um cenário futuro incerto após anunciar a retenção de dividendos extraordinários, a Petrobras pagou 28% mais proventos de janeiro a março de 2024 do que no mesmo período do ano passado.

O Itaú Unibanco, por sua vez, pagou aos seus acionistas R$ 16,62 bilhões em proventos no período, alta de 204% em base anual, segundo o levantamento. A Vale ficou em terceiro lugar, com o pagamento de R$ 12,43 bilhões, alta de 29% ante o primeiro trimestre de 2023.

A Itaúsa ocupou o quarto lugar, ao distribuir R$ 6,46 bilhões em proventos, alta de 235% em base anual, seguida pelo Banco do Brasil, que pagou R$ 3,6 bilhões em dividendos, avanço de 7%, e pelo banco Santander Brasil, que distribuiu R$ 3,01 bilhões em proventos, alta de 76% na mesma base de comparação.

Dos maiores pagadores de proventos nesse primeiro trimestre, apenas BB Seguridade apresentou uma queda de 33% no total de proventos pagos, que somou R$ 2,52 bilhões, de acordo com o levantamento.

Por fim, a WEG distribuiu R$ 1,8 bilhão em dividendos, alta de 32%.

Os dados mostram que as oito empresas foram responsáveis por 84% de todo o provento distribuído no primeiro trimestre do ano. Se em montante houve evolução, o modelo de desembolso viu uma variação em relação aos trimestres anteriores. O percentual dos proventos pagos no formato de juros sobre capital próprio (JCP), que vinha em curva ascendente por conta do risco de mudança nas regras, recuou no primeiro trimestre de 2024, com 39% do total dos proventos distribuídos nessa modalidade ante 42% registrado no mesmo período de 2023.

“Ao que tudo indica, essa queda na proporção de JCP versus dividendos é momentânea. Isso porque é comum, na apresentação de seus informes de encerramento anual, que as empresas anunciem a distribuição de dividendos para seus acionistas, compartilhando assim, parte dos lucros auferidos ao longo do ano anterior”, afirma Wendell Finotti, CEO da plataforma Meu Dividendo, em nota.

O prazo médio no pagamento dos proventos registrado nos primeiros três meses de 2024 se mantém alto e representa desvalorização significativa dos montantes em um momento ainda de juros altos, segundo o levantamento.

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