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Dividendos de empresas batem recorde de R$ 93 bi no ano; Itaú lidera
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Com resultados promissores no seu balanço do 1° trimestre, o Itaú (ITUB4) está ganhando destaque entre as ações que podem remunerar melhor os seus acionistas em 2024. No quadrimestre, encerrado em abril, o banco liderou o ranking com pagamentos de R$ 21,86 bilhões aos acionistas, alta de 287% em relação ao mesmo período no ano anterior. O montante equivale a R$ 2,23 por ação, revela levantamento da plataforma Meu Dividendo antecipado à coluna. O valor desembolsado pelo banco foi recorde desde 2020.
Na segunda posição entre as maiores pagadoras do quadrimestre, ficou a Petrobras (PETR4). Após ceder na queda de braço envolvendo a distribuição de proventos extraordinários, está aos poucos recuperando a confiança dos investidores. A petroleira pagou R$ 17,89 bilhões de janeiro até abril, salto de 28% nos proventos em comparação com o 1° quadrimestre de 2023. O valor representa R$ 1,37 por papel. Ainda não foi contabilizado o pagamento dos dividendos extraordinários, que deve ocorrer em 20 de maio e 20 de junho.
Como foram as distribuições na Bolsa?
De janeiro a abril, 91 empresas foram responsáveis pela distribuição recorde de R$ 93 bilhões em proventos aos investidores da Bolsa de valores. Destas, apenas 10 empresas concentraram 80% dos dividendos distribuídos no quadrimestre.
O número de empresas que remuneram os seus acionistas está diminuindo gradualmente. Em 2023, foram 110 companhias e 115 em 2022. No mesmo período do ano passado, o valor pago foi de R$ 61 bilhões.
Prazos estão mais longos, o que representa mais desvalorização para os investidores. O prazo médio entre o anúncio e o pagamento de proventos também voltou a aumentar, representando uma média de 51 dias para o quadrimestre. Destaque para o crescimento no mês de abril com o prazo de 69 dias. “Com exceção dos papéis do Banco do Brasil, os proventos não recebem a correção monetária do anúncio ao pagamento efetivo”, afirma Wendell Finotti, CEO da plataforma Meu Dividendo.
Os proventos pagos no formato de juros sobre capital próprio (JCP) cresceram em abril. São responsáveis por 45% do total de proventos pagos aos acionistas, segundo a Meu Dividendo. Em 2023, os JCP representaram 49% dos proventos pagos e em 2022, 34%. Segundo Finotti, tudo indica que a proporção de JCP versus dividendos deve se manter semelhante aos patamares conquistados em 2023, quando chegou a 49%. Com as novas regras aprovadas pelo Congresso em dezembro, não é mais permitido distribuir os juros de anos anteriores.
As 10 empresas que mais pagaram proventos no quadrimestre:
Itaú (ITUB4) – R$ 21,86 bilhões, R$ 2,23 por ação
Petrobras (PETR4) – R$ 17,89 bilhões, R$ 1,37 por ação
Vale (VALE3) – R$ 12,43 bilhões, R$ 2,74 por ação
Itaúsa (ITSA4) – R$ 6,71 bilhões, R$ 0,65 por ação
Banco do Brasil (BBAS3) – R$ 3,61 bilhões, R$ 1,26 por ação
Telefônica Brasil (VIVT3) – R$ 3,11 bilhões, R$ 1,88 por ação
Banco Santander (SANB4) – R$ 3,02 bilhões, R$ 0,42 por ação
BB Seguridade (BBSE3) – R$ 2,52 bilhões, R$ 1,26 por ação
Bradesco (BBDC4) – R$ 1,86 bilhão, R$ 0,25 por ação
Weg (WEGE3) – R$ 1,80 bilhão, R$ 0,43 por ação.
Fonte: Meu Dividendo
As 10 primeiras companhias – de Itaú até Weg – concentram 80% dos proventos pagos da Bolsa.
E quanto podem pagar agora?
Finotti espera que a petroleira encerre 2024 com um dividend yield de 15%. Já em relação a Vale, que ocupa o 3° lugar no ranking, Finotti destaca que a cotação do papel está nas mínimas históricas, o que deixa o dividend yield acima dos 10%, bastante relevante. “Pelo seu histórico, a Vale deve ainda pagar dividendos em setembro, o que deve deixar as distribuições semelhantes ao patamar de 2023”, avalia.
O CEO da plataforma Meu Dividendo cita ainda a Telefônica Brasil (VIVT3), que está na 6ª posição, e pagou até abril R$ 3,11 bilhões. Segundo Finotti, a companhia comunicou a redução de capital de R$ 5 bilhões e até o momento foram aprovados R$ 1,5 bilhão. “Esse valor vai ser pago agora em julho, então há uma expectativa de elevação nos pagamentos neste e nos próximos dois ou três anos”, explica.
Itaú: o que esperar dos dividendos?
Itaú chegou a cortar dividendos na pandemia e com a alta da taxa de juros. Também investiu em sua transformação digital. Mas esse período de vacas magras em proventos parece ter chegado ao fim, diz Victor Bueno, sócio e analista de ações da Nord Research. Uma vantagem é que aumentou o payout (parcela do lucro líquido destinada a proventos) para entre 50% e 60% – no passado, o banco distribuía cerca de 25% do lucro.
O Itaú voltou a pagar dividendos elevados em 2024, o que deve ser mantido. A expectativa é para um DY de 7,8% a 9% no ano. Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, projeta um DY de 8.5% neste ano para os papéis ITUB4. Na Genial, o DY projetado é de 7,8%. Breno diz que não compensaria optar pelo Banco do Brasil, que apesar de um retorno superior a 10% ainda carrega risco político.
O banco costuma pagar todo mês. Os proventos mensais são de R$ 0,018. Mas em fevereiro, chegou a desembolsar R$ 1,12 por ação, elevando o dividendo anual dos papéis. Para o analista, um pagamento semelhante a este deve ocorrer apenas em 2025.
Os especialistas estão confiantes que o Itaú será o melhor banco da temporada de balanços do 1° trimestre de 2024. Ele entregou lucro líquido de R$ 9,8 bilhões e um Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) de 21,9%. Nem mesmo para o banco do Brasil é esperado um ROE tão elevado.
“Vemos uma boa oportunidade hoje. O Itaú entrega não apenas dividendos sustentáveis, mas também crescimento no lucro líquido, aumento da carteira de crédito, da margem financeira aos clientes”, defende Bueno.
Na Genial Investimentos, a recomendação é de compra para as ações ITUB4, com preço-alvo de R$ 40,60. O preço das ações é atrativo, apontam os analistas.